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Incongruente, Eu?!

Quando uma criança encontra-se alegremente brincando e de repente sente sede, pede água , ingere e volta a brincar em seguida sem interferência nenhuma entre ela sentir a necessidade de água, se comunicar e viver a experiência de sanar sua sede, tudo é simples, qualquer pessoa entenderia o mesmo que a criança – estava com sede, tomei água.

Essa singela atitude é um exemplo básico de congruência, pois existe nexo, lógica entre a necessidade e a satisfação da mesma.

Porém, muitos adultos vão perdendo essa habilidade pura e simples de expressar o que sentem aqui-agora pois a necessidade universal de sermos aceitos desde a mais tenra idade, de amor, aceitação positiva e ainda o fato de não termos desenvolvido recursos internos para distinguir se alguma ação negativa é sobre a ação e não sobre nós, acaba por vezes nos levando a não termos atitudes favoráveis a nós mesmos mesmo sentindo como autênticas em detrimento ao julgamento do outro, pelo medo de não ser aceito e amado.

Por exemplo, se falarmos para uma criança que está com ciúmes do irmãozinho mais novo que só amará ela se a mesma amar o irmãozinho, a criança terá como “solução” bloquear esse sentimento para ganhar amor e aprovação dos pais.

Em maior ou menor grau vamos perdendo a capacidade entre a” tomada de consciência, a experiência e a comunicação. (Rogers) ”, e quando adultos criamos uma falsa imagem de si mesmo negando o que sentimos e que julgamos não ser “bom”; alimentando a incongruência.

Na incongruência, a pessoa não tem plena consciência de suas ações, pensamentos e atitudes podendo ocorrer uma repressão, ou ainda pode não haver uma expressão correta do que está sentindo, pensando ou vivenciando.

As vezes a criança e mesmo o adulto pode ser tido como mentiroso, desonesto e não necessariamente é verdade, e o que pode estar ocorrendo é uma falta de habilidade em expressar o que efetivamente pensa ou até em tomar consciência uma vez que pode estar reprimida. O saldo pode gerar tensão, ansiedade, nervosismo, pois a discrepância entre sua experiência subjetiva e o que vivencia em sua realidade externa é imensurável podendo embotar sua ação. ´ “A forma particular de distúrbio é menos crítica do que o reconhecimento de que há uma incongruência que exige uma solução.( Rogers)”.

Essa afirmação é preocupante no sentido que sem a tomada de consciência a pessoa incongruente nega a própria condição e corre o risco de passar pela vida afirmando por exemplo que está de bem com tudo e todos em sua existência, dizem estar super felizes, mas sua comunicação não verbal demonstra tédio, tristeza, mas continuam negando veementemente pois acreditam no que dizem sentir.

E se levantarmos algo discrepante entre suas palavras e suas ações no sentido de auxiliá-la poderemos ouvir – Incongruente …eu?

“O material desse site é informativo, não substitui a terapia oferecida por um psicólogo.”

VANIA COSTA – PSICÓLOGA – CRP- 06/122039

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